terça-feira, 29 de maio de 2007

 

BEM-VINDO E PLURAL DOS SUBSTANTIVOS SIMPLES

BEM-VINDO ou BENVINDO?

Nos compostos com o prefixo bem, usa-se hífen quando o segundo elemento tem vida autônoma ou quando a pronúncia assim o exigir: bem-aventurado, bem-querer, bem-vindo, bem-estar, bem-me-quer, etc. Nota que esta é uma regra específica para o elemento "bem". Por isso, em faixas, em pórticos, em cartazes, escrevemos sempre (deveríamos ...) bem-vindo, bem-vindos. Existe Benvindo, mas só como nome próprio.

PLURAL DOS SUBSTANTIVOS SIMPLES

Na pluralização de um substantivo simples, há de se analisar a terminação dele, a fim de acrescentar a desinência nominal de número. Vejamos, então, as possíveis terminações de um substantivo na Língua Portuguesa e sua respectiva pluralização:

Substantivos terminados em vogal: acrescenta-se a desinência nominal de número "s".
casa = casas
chapéu = chapéus
troféu = troféus
degrau = degraus

Substativos terminados em "ão"

- Que fazem o plural em "ões":
gavião = gaviões
formão = formões
folião = foliões
questão = questões

- Que fazem o plural em "ães":
escrivão = escrivães
tabelião = tabeliães
capelão = capelães
sacristão = sacristães

- Que fazem o plural em "ãos"
artesão = artesãos
cidadão = cidadãos
cristão = cristãos
pagão = pagãos
E todas as paroxítonas terminadas em "ão" = bênçãos, sótãos, órgãos etc.

Admitem mais de uma forma para o plural:
aldeão = aldeões, aldeães, aldeãos
alcorão = alcorões, alcorães
anão = anões, anãos
ancião = anciões, anciães, anciãos
charlatão = charlatões, charlatães
cirurgião = cirurgiões, cirurgiães
corrimão = corrimões, corrimãos
ermitão = ermitões, ermitães, ermitãos
faisão = faisões, faisães
guardião = guardiões, guardiães
peão = peões, peães
pião = piões, piães, piãos
refrão - refrães, refrãos
verão = verões, verãos
vilão = vilões, vilães, vilãos
vulcão = vulcões, vulcãos
zangão - zangãos, zangões

ARTESÃOS/ARTESÕES

Quando se refere ao indivíduo que tem por ofício as artes que dependem de habilidade manual, o feminino é "artesã", e o plural é "artesãos". No entanto, a palavra "artesão" também se usa em arquitetura, com o sentido de "adorno que se coloca entre molduras em abóbadas e tetos". Neste caso, o plural é "artesões". Disso se conclui que é possível dizer que "os artesões de determinada igreja foram produzidos por famosos artesãos.".
29/05/07

segunda-feira, 28 de maio de 2007

 

Hífen em abaixo-assinado / à-toa / dia-a-dia

"Abaixo-assinado" é substantivo composto; significa petição ou requerimento coletivo.
O abaixo-assinado foi encaminhado à Prefeitura Municipal.

"Abaixo assinado" (sem hífen) é adjetivo; indica cada pessoa que assina um abaixo-assinado.
Os alunos abaixo assinados requerem a Vossa Senhoria...

"À toa" (sem hífen) é advérbio, isto é, modifica um verbo; significa "a esmo", "ao acaso", "sem fazer nada", "inútil", "sem rumo". Andar à toa: andar sem rumo.

"À-toa" (com hífen) é adjetivo, isto é, modifica um substantivo; significa "inútil", "desprezível", "insignificante". Sujeitinho à- toa: sujeitinho desprezível.

"Dia a dia" (sem hífen) é advérbio, isto é, modifica um verbo; significa "diariamente".
Ele melhora dia a dia.

"Dia-a-dia" (com hífen) é substantivo; significa "cotidiano".
O meu dia-a-dia é muito estressante.

Hifens - sem acento!

Conforme a regra de acentuação gráfica, "hífen" é acentuado por ser uma palavra paroxítona terminada en "-n". Porém, "hifens" não será acentuado, pois a norma estabelece que todas as paroxítonas terminados em "-ens" não terão acento.
Outro caso semelhante: pólen/ polens

Os vocábulos jovem, item e selvagem também são paroxítonos, mas terminados em "-m", sendo assim, não serão acentuados, levando em consideração a regra das paroxítonas (nem seus plurais: jovens, itens e selvagens)
22/05/07

 

CRASE - ALGUNS CASOS ESPECIAIS

ÀS VEZES
Ocorrerá a crase somente quando "às vezes" for uma locução adverbial de tempo (= de vez em quando, em algumas vezes).
Às vezes, os alunos consultam os dicionários.

Quando a expressão "as vezes" não trouxer o significado acima, não acontecerá a crase.
Foram raras as vezes em que ela veio a Rio Grande.

DISTÂNCIA
Não haverá crase quando a palavra "distância" estiver indeterminada.
MEC quer triplicar alunos na educação profissional a distância.

Haverá crase quando a palavra "distância" estiver determinada em metros.
Estava à distância de cem metros.

A VÁCUO
Em "Este produto foi embalado a vácuo" não é utilizado o sinal indicativo de crase porque a palavra "vácuo" é masculina. Para que haja acento de crase, é necessário que a preposição "A" encontre-se com o artigo feminino "A", como no exemplo a seguir.
"Refiro-me à professora de Educação Infantil.

ATENDIMENTO ESPECIAL A CLIENTES
Em "Atendimento especial a clientes" não ocorreu o uso da crase porque o "A" é somente preposição, não houve a utilização do artigo. A palavra "clientes", nesses caso, refere-se tanto a mulheres quanto a homens. Porém, em "Atendimento especial às clientes", é usada a crase, pois houve a junção da preposição "A" com o artigo feminino plural "AS". Note que agora a palavra "clientes" refere-se especificamente a mulheres.
Também poderiam ser escritas utilizando a preposição "para":
"Atendimento especial para clientes" (referindo-se a mulheres e homens)
"Atendimento para as mulheres" (referindo-se somente a mulheres)
15/05/07

 

AMBIGÜIDADE (ou Anfibologia)

É o vício de línguagem que consiste em usar diversas palavras na frase, às vezes propositalmente, de maneira a causar duplo sentido na sua interpretação.

A mãe encontrou o filho em seu quarto.
(No quarto da mãe ou do filho?)

Como vai a cachorra da sua mãe?
(Que cachorra? a mãe ou a cadela criada pela mãe?)

Encontrei seu diretor e resolvemos fazer uma reunião em seu escritório às 15h.
(O escritório era da pessoa com quem se estava falando ou do chefe dela?)

É importante também destacar o papel da pontuação. Compare as frases abaixo.
Só você não conseguirá a resposta.
Só, você não conseguirá a resposta.

Parecem iguais. As palavras são as mesmas, a ordem das palavras é a mesma, mas a vírgula faz a diferença.
Na primeira, "só" significa "apenas"; na segunda, "sozinho/a".

Vale lembrar que a expressão "a sós" é invariável.
Quero ficar a sós com você.
Queremos ficar a sós.

Outros casos que podem tornar as frases ambíguas

- má colocação do adjunto adverbial
Crianças que recebem leite materno freqüentemente são mais sadias.

As crianças são mais sadias porque recebem leite freqüentemente ou são freqüentemente mais sadias porque recebem leite?

Eliminando a ambigüidade
Crianças que recebem freqüentemente leite materno são mais sadias.
Crianças que recebem leite materno são freqüentemente mais sadias.

- uso incorreto do pronome relativo
Gabriela pegou o estojo vazio da aliança de diamantes que estava sobre a cama.

O que estava sobre a cama: o estojo vazio ou a aliança de diamantes?

Eliminando a ambigüidade
Gabriela pegou o estojo vazio da aliança de diamantes a qual estava sobre a cama.
Gabriela pegou o estojo vazio da aliança de diamantes o qual estava sobre a cama.

Observação: nesse exemplo, pelo fato de os substantivos "estojo" e "aliança" pertencerem a gêneros diferentes, resolveu-se o problema substituindo os substantivos por o qual/a qual. Se pertencessem ao mesmo gênero, haveria necessidade de uma reestruturação diferente.

- má colocação de pronomes, termos, orações ou frases
Aquela velha senhora encontrou o garotinho em seu quarto.

O garotinho estava no quarto dele ou da senhora?

Eliminando a ambigüidade
Aquela velha senhora encontrou o garotinho no quarto dela.
Aquela velha senhora encontrou o garotinho no quarto dele.

Sentado na varanda, o menino avistou um mendigo.

Quem estava sentado na varanda: o menino ou o mendigo?

Eliminando a ambigüidade
O menino avistou um mendigo que estava sentado na varanda.
O menino que estava sentado na varanda avistou o mendigo.
08/05/07

 

FRASE, ORAÇÃO E PERÍODO

Devido a vários e-mais recebidos, abordaremos hoje, de forma simplificada, a diferença existente entre frase, oração e período.

FRASE
É todo enunciado lingüístico que possui sentido completo. Deve terminar com uma pausa bem definida, geralmente um ponto, um ponto de interrogação ou de exclamação, ou ainda, em alguns casos, reticências.
As frases podem ser formadas por uma palavra (Silêncio! Corram! Incêndio! Amanheceu! Atenção!) ou por mais de uma palavra (Está chovendo! Boa tarde. Meu time foi desclassificado.).
É importante destacar que no caso da frase não é obrigatória a presença do verbo. Desde que o enunciado tenha sentido completo, ele constituirá uma frase.

ORAÇÃO
É um enunciado lingüístico construído em torno de um verbo ou locução verbal. Normalmente apresenta sujeito e predicado, mas pode conter apenas o predicado, pois nossa língua permite a existência de orações sem sujeito.
Cheguei cedo à escola.
As meninas chegaram tarde demais.

A oração sempre se organiza a partir de um verbo.

PERÍODO
É a frase organizada em uma ou mais orações. Pode ser simples ou composto.

Simples => formado por uma oração.
Ela saiu da sala.
Aqui estou!

Composto => formado por mais de uma oração. São tantas orações em um período quanto o número de verbos ou locuções verbais nele contidos.
Ela saiu da sala e não voltou mais.
Cheguei em casa, sentei na poltrona e liguei o televisor.
Espero que todos cheguem logo.

Resumindo: uma oração pode ser também uma frase e constituir um período, porém, nem toda frase pode ser oração (e, sem verbo, não constituirá um período).
Silêncio! (somente frase, pois não tem verbo, sendo assim, não constitui período)
Ela estava cansada. (frase, oração e período simples)
Raspou, achou, ganhou. (frase, oração e período composto)
01/05/07

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