segunda-feira, 15 de janeiro de 2007

 

Verbos Haver e Fazer Impessoais

Verbo haver impessoal

Emprega-se o verbo haver como impessoal ( 3ª pessoa do singular)
– quando tem o sentido de existir (este é um dos casos de oração sem sujeito). Exatamente por isso o verbo haver fica neutro, impessoal, pois ele não tem um sujeito com quem concordar. Os substantivos que complementam o verbo haver são considerados seu objeto direto. Assim, para atender aos preceitos da língua culta, é preciso observar a forma no singular quando o verbo haver está conjugado nos tempos pretéritos ou futuros (Não há / haverá / haveria soluções a curto prazo. / Se houvesse mais justiça, haveria menos descontentes.).
As mesmas frases, se construídas com existir, teriam o verbo flexionado de acordo com o substantivo, que aí é considerado o sujeito do verbo existir: Não existem soluções a curto prazo. / Se existisse mais justiça, existiriam menos descontentes.). Em algumas situações, também se pode substituir ‘haver’ por outros verbos (Se houver / ocorrerem problemas, teremos de devolver o dinheiro. / Não é natural que haja / aconteçam tantos distúrbios.).

"Há" nas locuções verbais
Quando o verbo haver no sentido de existir faz parte de uma locução verbal, ele transfere sua impessoalidade ao verbo auxiliar dessa locução, que permanece, por isso, no singular (Deve haver outras técnicas para melhorar o cultivo. / Pelas informações recebidas, está novamente havendo discussões clandestinas.).

O verbo "ter" quando utilizado como "haver"
Este é um uso bastante coloquial. Deve ser evitado em linguagem científica ou oficial. Mas como é muito comum no Brasil, é bom saber que ele segue o mesmo padrão de haver – não flexiona no plural (Na festa, tinha mais mulheres que homens. / De segunda a sexta tem notícias quentes para você.).

Verbo fazer impessoal

Da mesma forma que ‘haver’, o verbo fazer conserva-se na 3ª pessoa de singular quando indica tempo transcorrido ou fenômeno meteorológico. Estando o verbo fazer na função de verbo impessoal (sem sujeito), deve também assumir a forma impessoal o verbo auxiliar que porventura o acompanhar (Faz dois dias que não chove. / Quando saí da cidade, fazia 40 graus à sombra. / Vai fazer cinco anos que eles estão noivos. ).

Há (atrás) – faz
Quando se quer indicar tempo transcorrido, emprega-se também impessoalmente o verbo haver, tanto quanto o verbo fazer (Há / faz dois anos (que) não o vejo.).
Uma outra opção para indicar um tempo passado é usar a partícula atrás. Nesse caso, porém, é preciso cuidado para que não apareçam ao mesmo tempo na frase há e atrás (use um ou outro termo).
Até pouco tempo atrás não se pensava nesse tipo de cartilha.
Até há pouco tempo os professores eletrônicos eram inacessíveis à maioria.

Havia / fazia
Um outro problema com que se defrontam os redatores é o uso de havia ou fazia nesse tipo de construção. Está se generalizando o emprego de há em qualquer situação de tempo transcorrido, mas é preciso lembrar que há se refere a uma data no passado tendo como referência o dia de hoje. Quando se quer marcar um tempo transcorrido antes de outra ação passada, deve-se usar havia ou fazia (este fica mais espontâneo). Vejamos alguns casos: Fazia tempo que eu não pilotava algo tão rápido.
Havia/fazia uma semana que estava desaparecido.

"A" – passado e futuro
É impossível trocar "a" por "faz", como acontece com "há". O "a" pode ser substituído pela preposição "após" ou pela locução "depois de".
Também são conhecidas as combinações "de...a" e "a...de" para exprimir distância no tempo ou espaço: de um tempo/lugar a outro, a um certo tempo/espaço de... (Hoje, a 30 anos da morte do mais original dos prosadores brasileiros, tal frase adquire um tom irônico.).
Na indicação de um tempo que transcorre de hoje para o futuro, a preposição "a" pode vir ou não acompanhada do termo "daqui" (Viajaremos daqui a dois dias. / Estamos a uma semana do festival e nada foi feito.).

09/01/2007

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