sexta-feira, 29 de dezembro de 2006

 

Particípio - Gente/nós

PARTICÍPIO

"Qual das formas é a correta? 'Eu havia entregado o pacote' ou 'Eu havia entregue o pacote'?" - Rodrigo - Centro

Particípio são formas como "falado", "beijado", "partido".... Há verbos, muitos verbos, que têm dois particípios. Na hora de escolherem entre um e outro, as pessoas comumente ficam em dúvida. Dois exemplos: o verbo "salvar" tem dois particípios, "salvo" e "salvado". O verbo "entregar" também: "entregado" e "entregue".
Nesse caso, a correta é "Eu havia entregado o pacote". Este é o que as gramáticas chamam de particípio longo, regular, que termina em "-ado" ou "-ido". O particípio longo é usado quando o verbo auxiliar é "ter" ou "haver". Os particípios curtos, irregulares, como "salvo" e "entregue", são usados quando o verbo auxiliar é "ser" ou "estar". Portanto:

Particípio longo
Eu havia entregado o pacote.
O professor tinha expulsado o aluno da sala.

Particípio curto
O pacote foi entregue.
O aluno foi expulso.

Claro que essa regra vale apenas para verbos que têm dois particípios. Nos verbos com um único particípio, não há escolha. O verbo "fazer", por exemplo, tem um só particípio. Não se diz "Eu tinha fazido a comida", e sim "eu tinha feito a comida".
Cuidado com o verbo "chegar": apesar de muitos dizerem "Eu tinha chego", na língua culta, o particípio desse verbo é "chegado". Em situações formais, diga e escreva sempre "Eu tinha chegado".

GENTE / NÓS

"Afinal, podemos ou não utilizar a expressão 'a gente' no lugar de 'nós'?" - Cássia - Parque São Pedro

Dizer que não há problema nenhum em usarmos a expressão no dia-a-dia, na linguagem coloquial, contraria muitas pessoas, para quem esse uso da palavra "gente" deveria ser abolido de vez.
Evidentemente não é possível eliminar a expressão da língua do Brasil, mesmo porque seu uso já está mais do que consagrado. Mas quando ela é de fato mais lícita? No bate-papo, na linguagem informal. No texto formal, ela está fora de questão.
O uso da expressão "a gente" em substituição a "nós" é tão forte que algumas vezes dá origem a confusões. Na linguagem coloquial, no entanto, diz-se sem problema "a gente não fez nosso dever", "a gente não sabia de nosso potencial" etc.
No bate-papo, no dia-a-dia, na canção popular, não seria inadequado o emprego da palavra "gente" - que nos perdoem os conservadores. Porém, tenha cuidado, pois não é possível aceitar construções como "a gente queremos".

25/12/06

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