segunda-feira, 15 de janeiro de 2007

 

Plural e outros

PLURAL

Uma das dúvidas campeãs dos leitores é o plural de "gravidez". Talvez levados pelo fato de "gravidez" ser palavra feminina, muitos perguntam se o plural não seria "gravidezas". Não é. O plural de "gravidez" é feito como o de qualquer palavra terminada em "z", ou seja, com o acréscimo de "es": raiz/raízes, juiz/juizes, giz/gizes, luz/luzes, noz/nozes, capaz/capazes, feliz/felizes, capuz/capuzes, voz/vozes, cruz/cruzes. O plural de "gravidez", portanto, só pode ser "gravidezes": "Suas duas gravidezes foram absolutamente calmas".

Aparentemente, o plural das palavras terminadas em "s" segue o mesmo caminho, ou seja, é feito com o acréscimo de "es". Mas não é bem assim. Recebem a terminação "es" os monossílabos tônicos e as oxítonas terminadas em "s": gás/gases, mês/meses, país/países, rês/reses, lilás/lilases, norueguês/noruegueses. São exceções "cais" e "xis" (nome da letra "x"), invariáveis. "Cós" admite dois plurais: "cós", mais comum hoje em dia, e "coses", em desuso. Já as paroxítonas e as proparoxítonas terminadas em "s" são invariáveis: o pires/os pires, o atlas/os atlas, o ônibus/os ônibus, o lápis/os lápis, o ourives/os ourives, o bônus/os bônus.

AO INVÉS DE / EM VEZ DE

A diferença entre "ao invés de" e "em vez de" também lidera a lista de dúvidas. Essas locuções, perigosamente parecidas, não são equivalentes no uso culto. "Invés", que vem de "inverso", significa "lado oposto", "avesso". A expressão "ao invés de" significa "ao contrário de", "ao revés de". Posto isso, conclui-se que, para usar "ao invés de", é preciso que essa locução estabeleça relação de plena oposição entre as partes conectadas: "Disseram-me que ele era esbanjador. Ao invés disso, mostrou-se muito avarento".
Já "em vez de" significa "em lugar de": "Em vez de construir e equipar hospitais e escolas, o governo prefere socorrer bancos envolvidos em operações suspeitas".

FASCÍCULO / FEIXE
Já lhe passou pela cabeça que "fascículo" seja o diminutivo de "feixe"? Mas é. Quando se procura "feixe" num dicionário, encontra-se "conjunto de objetos reunidos e cingidos (cercado/rodeado) de algum modo".
Com folhas de papel, por exemplo, pode-se fazer um feixe. Se o feixe for pequeno, tem-se um "feixinho", ou um "fascículo", como se usa mais. Caminhões e caminhonetes têm "feixe de molas" em sua suspensão, em geral na parte traseira.
No "Aurélio", o primeiro significado que se encontra para "fascículo" é "feixinho", ou seja, "feixe pequeno". O que é, então, o fascículo de uma coleção que se compra em uma banca de jornais, por exemplo? Nada mais do que um pequeno feixe de páginas. Teoricamente, o fascículo é um pequeno volume da coleção.
E de onde vem "fascículo"? Vem de onde vem "feixe": do latim "fascis", "fasce".
Lembre-se de que a terminação que se encontra nessa palavra também se encontra em outros diminutivos, como "glóbulo" (de "globo") e "nódulo" (de "nó").
Na prática, porém, vários desses diminutivos deixaram de ter esse valor, já que o uso muitas vezes lhes deu sentido diferente do literal.

16/01/2007

 

Verbos Haver e Fazer Impessoais

Verbo haver impessoal

Emprega-se o verbo haver como impessoal ( 3ª pessoa do singular)
– quando tem o sentido de existir (este é um dos casos de oração sem sujeito). Exatamente por isso o verbo haver fica neutro, impessoal, pois ele não tem um sujeito com quem concordar. Os substantivos que complementam o verbo haver são considerados seu objeto direto. Assim, para atender aos preceitos da língua culta, é preciso observar a forma no singular quando o verbo haver está conjugado nos tempos pretéritos ou futuros (Não há / haverá / haveria soluções a curto prazo. / Se houvesse mais justiça, haveria menos descontentes.).
As mesmas frases, se construídas com existir, teriam o verbo flexionado de acordo com o substantivo, que aí é considerado o sujeito do verbo existir: Não existem soluções a curto prazo. / Se existisse mais justiça, existiriam menos descontentes.). Em algumas situações, também se pode substituir ‘haver’ por outros verbos (Se houver / ocorrerem problemas, teremos de devolver o dinheiro. / Não é natural que haja / aconteçam tantos distúrbios.).

"Há" nas locuções verbais
Quando o verbo haver no sentido de existir faz parte de uma locução verbal, ele transfere sua impessoalidade ao verbo auxiliar dessa locução, que permanece, por isso, no singular (Deve haver outras técnicas para melhorar o cultivo. / Pelas informações recebidas, está novamente havendo discussões clandestinas.).

O verbo "ter" quando utilizado como "haver"
Este é um uso bastante coloquial. Deve ser evitado em linguagem científica ou oficial. Mas como é muito comum no Brasil, é bom saber que ele segue o mesmo padrão de haver – não flexiona no plural (Na festa, tinha mais mulheres que homens. / De segunda a sexta tem notícias quentes para você.).

Verbo fazer impessoal

Da mesma forma que ‘haver’, o verbo fazer conserva-se na 3ª pessoa de singular quando indica tempo transcorrido ou fenômeno meteorológico. Estando o verbo fazer na função de verbo impessoal (sem sujeito), deve também assumir a forma impessoal o verbo auxiliar que porventura o acompanhar (Faz dois dias que não chove. / Quando saí da cidade, fazia 40 graus à sombra. / Vai fazer cinco anos que eles estão noivos. ).

Há (atrás) – faz
Quando se quer indicar tempo transcorrido, emprega-se também impessoalmente o verbo haver, tanto quanto o verbo fazer (Há / faz dois anos (que) não o vejo.).
Uma outra opção para indicar um tempo passado é usar a partícula atrás. Nesse caso, porém, é preciso cuidado para que não apareçam ao mesmo tempo na frase há e atrás (use um ou outro termo).
Até pouco tempo atrás não se pensava nesse tipo de cartilha.
Até há pouco tempo os professores eletrônicos eram inacessíveis à maioria.

Havia / fazia
Um outro problema com que se defrontam os redatores é o uso de havia ou fazia nesse tipo de construção. Está se generalizando o emprego de há em qualquer situação de tempo transcorrido, mas é preciso lembrar que há se refere a uma data no passado tendo como referência o dia de hoje. Quando se quer marcar um tempo transcorrido antes de outra ação passada, deve-se usar havia ou fazia (este fica mais espontâneo). Vejamos alguns casos: Fazia tempo que eu não pilotava algo tão rápido.
Havia/fazia uma semana que estava desaparecido.

"A" – passado e futuro
É impossível trocar "a" por "faz", como acontece com "há". O "a" pode ser substituído pela preposição "após" ou pela locução "depois de".
Também são conhecidas as combinações "de...a" e "a...de" para exprimir distância no tempo ou espaço: de um tempo/lugar a outro, a um certo tempo/espaço de... (Hoje, a 30 anos da morte do mais original dos prosadores brasileiros, tal frase adquire um tom irônico.).
Na indicação de um tempo que transcorre de hoje para o futuro, a preposição "a" pode vir ou não acompanhada do termo "daqui" (Viajaremos daqui a dois dias. / Estamos a uma semana do festival e nada foi feito.).

09/01/2007

 

Palavras da Língua Portuguesa derivadas do Árabe e outros

As palavras da Língua Portuguesa apresentam várias e distintas derivações. Hoje, veremos alguns termos bastante conhecidos de todos que são derivados do árabe.

Açougue
Açude
Açúcar
Aduana
Alambique
Alcachofra
Alcatéia
Álcool
Alcorão
Alcova
Alecrim
Alface
Alfafa
Alfaiate
Alfândega
Alfazema
Alforria
Algarve
Algarismo
Álgebra
Algema
Algeroz
Algodão
Algodoeiro
Alicate
Almanaque
Almofada
Almôndega
Almoxarifado
Almoxarife
Alvará
Armazém
Arraia
Arroz
Arsenal
Azar
Azeite
Azeitona
Azulejo
Café
Chafariz
Cifra
Damasco
Elixir
Garrafa
Harém
Imã
Javali
Lagos
Lameiro
Laranja
Laranjeira
Limão
Limoeiro
Safra
Tambor
Tapete
Xadrez
Xarope
Xeque-mate
Zero

Tire sua dúvida

"Qual é o masculino de 'primeira-dama'?" - Sabrina - Trevo

Quando um homem é eleito prefeito, sua mulher se torna a primeira-dama da cidade. A mulher do governador torna-se a primeira-dama do Estado, e a do presidente, primeira-dama da nação. Mas como deveríamos chamar o marido de uma mulher que tenha sido eleita para um desses cargos?
Para responder a essa pergunta, precisamos descobrir o masculino de "primeira-dama". Basta pegarmos o masculino de "dama", que é "cavalheiro", e formar o substantivo composto "primeiro-cavalheiro". Essa construção pode parecer estranha, mas ela é correta:
primeira-dama
primeiro-cavalheiro

Obs: é importante não confundir "cavalheiro" com "cavaleiro", que é a pessoa que monta a cavalo.

A respeito do TREMA

Temos recebido muitos e-mails sobre a utilização ou não do trema, sendo assim, hoje também trataremos deste tema.

Muitos pensam que o trema não existe mais. De fato, está em andamento um acordo ortográfico para unificar a grafia da língua portuguesa nos sete países em que ela é falada oficialmente. Se esse acordo entrar em vigor um dia, o trema desaparecerá. Enquanto isso não acontece, o trema existe e deve ser usado.
O trema faz parte do sistema ortográfico vigente e é empregado quando a letra "u" é pronunciada atonamente nos grupos "qüe", "qüi", "güe" e "güi". Um exemplo claro e muito conhecido é a palavra "cinqüenta". Confira a grafia nas cédulas de cinqüenta reais.
Observe, por exemplo, a palavra "agüento": seguindo a norma culta da língua, deve-se usar o trema. A tonicidade não está na vogal "u", mas na vogal "e". Assim, por ser átono e ao mesmo tempo sonoro, o "u" deve levar trema nesse caso.
Em "tranqüilo", de acordo com as normas ortográficas vigentes, a letra "u" deve, sim, receber o sinal trema.
Mesmo que parte da imprensa não o use e muita gente já tenha se esquecido dele, continue usando o sinalzinho, sempre quando a letra "u" for sonora e precedida de "g" ou "q".

01/01/2007

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